Muito se fala dos mercados de Seguro dos países
desenvolvidos como Inglaterra e Estados Unidos. Mas como são e em que estágio
se encontram os mercados dos chamados, assim como o Brasil, países emergentes?
Entre os mercados dos países emergentes o brasileiro vem a
se mostrar como um dos com maiores índices de internacionalização do mercado
segurador, fase iniciada já na era Collor, um pouco antes da implantação do
plano real, onde o índice de internacionalização saiu de 4% (índice próximo ao
atual grau de internacionalização do mercado segurador interno Chinês, por
exemplo) para ultrapassar a casa dos 35% após 2001. Assim como na China, os mercados seguradores
Russo e Indiano também apresentam índices de internacionalização menores que o mercado
brasileiro :
Mercado chinês – Mesmo com os comerciantes chineses tendo praticado
o mutualismo e a transferência de risco desde 3.000 a.c, o mercado segurador chinês ainda
está em sua fase de infância quando comparado aos mercados de seguros modernos.
Com uma população de mais de 1,357
bilhão de pessoas, o pais possui uma produção de seguros de mais de 1,55 trilhões de yuans (247 bilhões de
dólares) - em números de 2012.
Os seguros de propriedades/patrimônio correspondem a aproximadamente 1%
do PIB, enquanto a média dos países emergentes é de 3%, e de 2,9% em números
mundiais .
A venda on-line de seguros, que
era de 3,2 bilhões de yuans em 2011, cresceu mais de 810%, tendo atingido uma
produção de 29,1 bilhões de yuans (474 milhões de
dólares) em 2014. Porém, em termos gerais, o número ainda não é significativo, deve
corresponder a aproximadamente menos do que 1% do mercado (na verdade algo
próximo a 0,02%) conforme o Ibtimes.
As seguradoras estatais ainda tem participação importante do
mercado, tendo as seguradoras estrangeiras ainda uma participação muito pequena
(5% aproximadamente), estas operando em sua maior parte através de Joint
ventures, com entrada recente de seguradoras como AXA, Allianz, Tokio e
diversas outras. Essa grande participação estatal resulta em pouca inovação em produtos e
serviços. A maior parte da produção está
no ramo de vida (assim como na Índia),
porem (também como a Índia) o pais tem uma baixa penetração per capita dos
outros ramos de seguro.
Em 2012 o ramo de
automóvel foi desregulamentado e liberado para as estrangeiras, estando a
aquisição de automóveis em franco crescimento no pais, sendo o ramo dominante
nos seguros não-vida. A demanda é ainda
potencializada em função do seguro de Responsabilidade Civil de automóvel ter
se tornado obrigatório desde 2006.
Na venda on-line
destaca-se a venda através de parceria
com sites como o Alibaba, ou a venda direta efetuada por seguradoras como a
Ping An (que tem como grande acionista o HSBC) – seguradora que iniciou como
especializada em seguro de Acidentes Pessoais. O mercado segurador chinês deve
dobrar de tamanho na próxima década, e promete ser o mercado de maior crescimento
mundial no setor de seguros. Existem fortes barreiras a operação e obtenção de
licenças, e acusações de corrupção de governo e empresários para obtenção
destas. O mercado Chinês possui ao todo cerca de 100 seguradoras, numero
parecido com o Brasileiro. Apesar do rápido crescimento dos últimos anos (que
deve se manter), e muitas áreas ainda a serem desenvolvidas.
Mercado russo – população de 144 milhões de pessoas
Apesar da população menor,
é um mercado maior que o mercado segurador Brasileiro, porem em termos
de penetração per capita ainda fica atrás do Brasil . Existe por lei limitação
de que o capital estrangeiro nas empresas seguradoras não ultrapasse 25% -
porem o limite encontra-se em alteração para 50%. Possui mais de 500
seguradoras, mas a necessidade de constituição de capital aumentou em 2012,
fazendo com que uma parcela de seguradoras fechasse.
Mercado indiano -
Em uma população de 1.252 bilhões de pessoas, o seguro de vida é dominante, com
uma das maiores penetrações per-capita do mundo, o que não ocorre em outros
ramos. A venda on-line ganhou um pequeno impulso em 2010 com o inicio das
operações dos primeiros sites agregadores, ainda que não possa se afirmar que
os mesmos estejam sendo bem sucedidos. O mercado é fortemente regulado, e a constituição de capital estrangeiro é limitada
a 26%. O número de corretores é muito pequeno, sendo o bancasurrance e a venda
direto amplamente praticados, além da venda através de agentes. Saiba mais em meu artigo publicado na última edição da revista Cadernos de Seguro.