quarta-feira, 31 de dezembro de 2014

O mercado de seguros na China, Russia e países emergentes


Muito se fala dos mercados de Seguro dos países desenvolvidos como Inglaterra e Estados Unidos. Mas como são e em que estágio se encontram os mercados dos chamados, assim como o Brasil, países emergentes?



Entre os mercados dos países emergentes o brasileiro vem a se mostrar como um dos com maiores índices de internacionalização do mercado segurador, fase iniciada já na era Collor, um pouco antes da implantação do plano real, onde o índice de internacionalização saiu de 4% (índice próximo ao atual grau de internacionalização do mercado segurador interno Chinês, por exemplo) para ultrapassar a casa dos 35% após 2001.  Assim como na China, os mercados seguradores Russo e Indiano também apresentam índices  de internacionalização menores que o mercado brasileiro :

Mercado chinês – Mesmo com os comerciantes chineses tendo praticado o mutualismo e a transferência de risco desde  3.000 a.c, o mercado segurador chinês ainda está em sua fase de infância quando comparado aos mercados de seguros modernos. Com uma população de mais de  1,357 bilhão de pessoas, o pais possui uma produção de seguros de  mais de 1,55 trilhões de yuans (247 bilhões de dólares)  - em números de  2012.  Os seguros de propriedades/patrimônio correspondem a aproximadamente 1% do PIB, enquanto a média dos países emergentes é de 3%, e de 2,9% em números mundiais .
A venda on-line de seguros, que era de 3,2 bilhões de yuans em 2011, cresceu mais de 810%, tendo atingido uma produção  de  29,1 bilhões de yuans (474 milhões de dólares) em 2014. Porém, em termos gerais, o número ainda não é significativo, deve corresponder a aproximadamente menos do que 1% do mercado (na verdade algo próximo a 0,02%) conforme o Ibtimes.

As seguradoras estatais ainda tem participação importante do mercado, tendo as seguradoras estrangeiras ainda uma participação muito pequena (5% aproximadamente), estas operando em sua maior parte através de Joint ventures, com entrada recente de seguradoras como AXA, Allianz, Tokio e diversas outras. Essa grande participação estatal  resulta em pouca inovação em produtos e serviços.  A maior parte da produção está no ramo  de vida (assim como na Índia), porem (também como a Índia) o pais tem uma baixa penetração per capita dos outros ramos de seguro.

Em 2012 o ramo de automóvel foi desregulamentado e  liberado para as estrangeiras, estando a aquisição de automóveis em franco crescimento no pais, sendo o ramo dominante nos seguros não-vida.  A demanda é ainda potencializada em função do seguro de Responsabilidade Civil de automóvel ter se tornado obrigatório desde 2006.

 Na venda on-line destaca-se a venda  através de parceria com sites como o Alibaba, ou a venda direta efetuada por seguradoras como a Ping An (que tem como grande acionista o HSBC) – seguradora que iniciou como especializada em seguro de Acidentes Pessoais. O mercado segurador chinês deve dobrar de tamanho na próxima década, e promete ser o mercado de maior crescimento mundial no setor de seguros. Existem fortes barreiras a operação e obtenção de licenças, e acusações de corrupção de governo e empresários para obtenção destas. O mercado Chinês possui ao todo cerca de 100 seguradoras, numero parecido com o Brasileiro. Apesar do rápido crescimento dos últimos anos (que deve se manter), e muitas áreas ainda a serem desenvolvidas.

Mercado russo – população de 144 milhões de pessoas
Apesar da população menor,  é um mercado maior que o mercado segurador Brasileiro, porem em termos de penetração per capita ainda fica atrás do Brasil . Existe por lei limitação de que o capital estrangeiro nas empresas seguradoras não ultrapasse 25% - porem o limite encontra-se em alteração para 50%. Possui mais de 500 seguradoras, mas  a necessidade de  constituição de capital aumentou em 2012, fazendo com que uma parcela de seguradoras fechasse.


Mercado indiano - Em uma população de 1.252 bilhões de pessoas, o seguro de vida é dominante, com uma das maiores penetrações per-capita do mundo, o que não ocorre em outros ramos. A venda on-line ganhou um pequeno impulso em 2010 com o inicio das operações dos primeiros sites agregadores, ainda que não possa se afirmar que os mesmos estejam sendo bem sucedidos. O mercado é fortemente regulado, e a  constituição de capital estrangeiro é limitada a 26%. O número de corretores é muito pequeno, sendo o bancasurrance e a venda direto amplamente praticados, além da venda através de agentes. Saiba mais em meu artigo publicado na última edição da revista Cadernos de Seguro.