sábado, 6 de agosto de 2016

Pokémon Go e seus riscos - O que o mercado segurador fará a respeito?

A Nintendo pode não ser a líder de venda dos consoles de vídeo-games, ou a empresa mais lucrativa da área, e embora seja a empresa mais tradicional desse mercado (foi fundada em 1889  - isso mesmo 1800 e não 1900, e fabricava cartões artesanais de baralho), é inegável que é a empresa mais inovadora e formadora de tendencias da área, a exemplo do Nes (e seu controle que criou um padrão para todos os demais modelos na década de 80), o console Wii com inovadora jogabilidade, Game Boy e tantos outros.

Há muitos anos se fala de realidade virtual  - lembro-me há 18 anos atrás em uma grande feira de informática no parque Barigui quanto utilizei pela primeira vez óculos de realidade virtual para jogar Doom ( um dos precursores de tiros em primeira pessoa) e do deslumbramento e do "frisson" causado pela ideia por trás da realidade virtual e o grande fato é que aparentemente a Nintendo acabou de desconstruir  o conceito de realidade virtual, com seu novo aplicativo Pokémon Go, trazendo o virtual para a realidade, e não o que todos tentavam fazer, que era tornar o virtual mais real.


O sucesso tem sido gigantesco,  e em poucas semanas o jogo ultrapassou Twitter, Tinder e outros aplicativos famosos, mas como todo sucesso tem seu preço muita coisa pode dar errado, e uma avalanche de acidentes, armadilhas, morte de um adolescente na Guatemala e assaltos tem tomado conta dos jornais e meios de comunicação.

Em minha cidade (Curitiba), apenas nessa semana de lançamento, já houve um atropelamento, 2 casos de pessoas que caíram em rios e lagos, uma invasão a um hospital infantil, entre diversos outros incidentes.

Fica claro que pela quantidade de incidentes que temos um fator de risco grande ligado ao aplicativo, que futuramente deve ser levado em conta pelos subscritores. Muitos acidentes, fraturas e atropelamentos em função da distração causada pelo aplicativo tem sido relatados nos meios de comunicação.

No caso dos assaltos por exemplo, com a função de geolocalização do Pokémon Go, os ladrões conseguem antecipar o lugar e o nível de isolamento das vitimas. O aplicativo demanda muitas permissões - ele precisa acessar a localização através do GPS, a câmera e diversas outras informações.  

Uma das maiores seguradoras da Rússia (ligada ao Sberbank) já criou um seguro que garante pessoas que sofrerem acidentes enquanto estiverem jogando, indenizando um valor de até R$ 2.600,00 em caso de acidentes relacionados ao jogo. A iniciativa trata-se de uma excelente jogada de marketing que aliou a criação de alguns Pokémons que só são encontrados dentro da instituição e estarão disponíveis no horário de funcionamento da mesma (tamanha é a falta de senso geral que já é possível imaginar, se não houvesse a restrição de horário, pessoas invadindo o local para capturar as criaturas).

O que soaria hilário, bizarro e inimaginável há algum tempo atrás, tornou-se real (não, não estou falando da inovação do jogo, mas sim de diversas autoridades americanas estarem emitindo alertas como "Não procure Pokémons atrás do volante").  Mesmo assim os acidentes continuam acontecendo. O que o mercado segurador fará a respeito?