domingo, 23 de novembro de 2014

Brasileiros fazem 11 milhões de buscas sobre seguros no Google. E daí?

Em recente palestra para o mercado segurador, o presidente da Google no Brasil, em painel intitulado A importância do digital para a geração de negócios na Indústria de Seguros” afirmou que mensalmente, os brasileiros fazem 11 milhões de buscas no Google sobre seguros, sendo que esse número cresce 14% ao ano.






Esse evento, realizado anualmente, tem a presença de varias empresas de tecnologia (o evento é patrocinado, entre outras, pela IBM), que buscam vender os seus serviços ao mercado segurador. 

A mídia em geral pergunta se o setor esta preparado para atender a essa demanda.

Vamos à alguns números que talvez não tenham sido explicados em tal palestra (estes números são públicos e podem ser decompostos por ferramentas do próprio Google como Adwords e Google Trends, que foi o que realizei, basta ter uma conta no Google):

No número de 11 milhões, temos a seguinte estimativa de "Quebra" ou o que podemos chamar de "Quebra da Quebra":


11 milhões de buscas :  Cerca de 10% destes usuários entram no site de alguma determinada empresa: talvez algo em torno de 1 milhão de casos. Cerca de 30% das buscas relacionam-se a seguro-desemprego. Outros 60% relacionam-se a palavra seguro, mas nada ligada a industria do seguro (como sexo seguro).

Destes 1 milhão de casos, 10% disso vira cotação: 100.000 casos . São as pessoas realmente interessadas em fazer um seguro, ou seja não é o Miro fazendo a pesquisa sobre Seguro de Pessoas para a próxima palestra,  ou pesquisando sobre o péssimo atendimento de determinada seguradora  

10% disso fecha o seguro:  10.000 casos


Será que o mercado esta preparando para essa demanda toda????   Mas, um momento: a demanda final é de no máximo  10.000 casos?  


Acho que a Minuto Seguros + a Sossego + a Bidu + a  Segurar darão conta sozinhos, não darão???


Ainda no mesmo evento, o economista Antonio Cassio dos Santos (ex- presidente da Zurich) citou ainda como futuras tendências:

- Surgimento oficial da figura do agente de seguros
- Consolidação dos canais tradicionais, principalmente dos pequenos e médios corretores.


Quanto ao surgimento oficial do Agente de Seguros, o mesmo foi reforçado (também) pelo Prof. Bruno Kelly, da Funenseg e da Correcta Corretora em suas recentes palestras sobre Canais de Distribuição realizadas ao mercado. Confesso que algo me escapa quanto a essa visão, pois visto os altos custos trabalhistas, ao meu ver não parece ser de interesse das seguradoras a figura do Agente de Seguros e de interesse da mesma a formalização desse tipo de contrato de trabalho.

Já quanto a consolidação (fusão e junção de pequenos e médios corretores) dos pequenos e médios corretores, ainda que seja uma tendência em andamento, com o novo Simples Nacional para a categoria, temos justamente o contrário: um incentivo ao pequeno e médio corretor (por força da menor tributação a estas empresas), o que pode definitivamente por fim a essa tendência de fusões e aquisições de pequenas e médias corretoras.