quinta-feira, 14 de novembro de 2019

O que Boeings caindo, carros pegando fogo, veículos autônomos e o futuro dos seguros de automóvel possuem em comum?

Foto Notícias com Maritonio Dantas / Reprodução  site autopapo.com.br


Uma reflexão sobre o instituto do seguro: O que Boeings caindo, carros pegando fogo, veículos autônomos e o futuro dos seguros de automóvel possuem em comum? Confirma em meu último artigo disponível no linkedin: 

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sábado, 23 de março de 2019

Substituição de Pessoas por Máquinas e o uso de Inteligência Artificial pelo Mercado Segurador

Nosso artigo sobre a Substituição de Pessoas por Máquinas e o uso de Inteligência Artificial pelo Mercado Segurador , escrito com o colega Lucas Medeiros e com o Prof. Dr. Tarcis Prado , publicado na edição atual da Revista Brasileira de Risco e Seguro ( RBRS / Escola Nacional de Seguros) http://www.rbrs.com.br/encontra-se disponível no link abaixo:

http://www.rbrs.com.br/arquivos/rbrs_24_3.pdf 





Maury Antonio Cequinel

Prezados amigos, infelizmente meu avô Maury Antônio Cequinel partiu no último dia 13. Nosso herói descansou, mas ficaram os bons exemplos de retidão de princípios, lealdade, caráter, ética, honestidade, seriedade e profissionalismo, que são parte do legado que nosso professor, amigo, pai e avô deixou a Cequinel Seguros.

Maury Antônio Cequinel, deu início a sua experiência com seguros em 1943, no primeiro grupo segurador do Paraná, a Atalaia, Paraná e Ouro Verde, onde gerenciou os departamentos de seguros de transportes e por fim o departamento de sinistros.
Na década de 70, Maury se desligou do grupo quando o mesmo foi adquirido pelo Banco Bamerindus (hoje HDI Seguros), e foi responsável por inspetorias de produção das maiores seguradoras do país, como: Pátria, Nacional Brasileira, União Continental, São Paulo, Vera Cruz (incorporadas e adquiridas pelos atuais grupos Bradesco, Porto Seguro e Mapfre). Neste mesmo período, junto com os colegas Emilio Belotti (um dos donos da Pátria) e Wladislau Vons (corretor de seguros e seu fiel companheiro nas pescarias), fundou em Santa Catarina a empresa Tecnoglass especializada em artefatos de fibra de vidro.
Em 1979 entrou para a Novo Hamburgo Cia. de Seguros, onde permaneceu até a aquisição da mesma pelo Grupo Bradesco em 1999.
Em 2000, auxiliou seu filho (Luiz A. Cequinel) e seu neto (Miro Cequinel) a fundarem a Cequinel Seguros Corretora e Administradora, onde atuou até 2003, ano em que completou 60 anos ininterruptos de atividades no meio securitário, passando então a dedicar mais tempo ao seu sítio em Piraquara.







domingo, 10 de março de 2019

Entrevista para Revista Apólice - Seguros pelo mundo - BRICS

 Entrevista concedida pelo Prof. Miro Cequinel, para a edição 236 da Revista Apólice,  que circulou no Congresso de Corretores de Seguros do Estado de São Paulo - Conec,sobre o mercado de seguros dos países emergentes.

1. Um estudo publicado pela Munich Re, em 2013, apontava que os países dos Brics, sob a liderança da China, seguida do Brasil, apareceriam mais vistosos no ranking do mercado mundial de seguros em 2020. Cinco anos depois, como se encontra o mercado de seguros nesses locais? Você apostaria neste prognóstico?

Infelizmente por causa da situação econômica do Brasil e da Rússia esse prognóstico sofreu um duro golpe. Este estudo da Munich RE foi anterior a recessão econômica ocorrida nos mercados brasileiro e russo e que impactaram diretamente o mercado de seguros destes dois países. No caso do Brasil, levantamentos de maio deste ano (2018) realizados pela FGV mostram que a atividade econômica ainda está 5,5% abaixo dos valores observados no último trimestre de 2014, e que no ritmo atual, em 2020 conseguiremos apenas voltar aos números econômicos de 2014, o que certamente prejudica muito nosso mercado de seguros. No caso da Rússia, após a recessão ocasionada pela baixa do petróleo e pelas sanções aplicadas pelos países ocidentais após a anexação da Crimeia (realizada em 2014), ocorreu a diminuição da demanda de compradores de seguros comerciais, como resultado de cortes nos orçamentos disponíveis para tal.  O consumo per capita (média por pessoa) de seguros na Rússia é inferior ao brasileiro, sendo que o mercado segurador russo tem uma dependência muito maior dos compradores de seguros comerciais em comparação ao nosso mercado. A Rússia promete uma maior abertura de sua indústria de seguros à partir de 2021, o que pode trazer maior competitividade para o seu mercado. Eu apostaria em melhoras no ranking mundial de seguros à partir desta data

No caso dos mercados chinês e indiano, os mesmos continuam ainda muito dependentes do ramo Vida (de tickets baixos mas em grande número) e a forte regulação do estado e a limitação à atuação do capital estrangeiro (com o respectivo impedimento que isto gera a entrada de seguradoras multinacionais de peso)  continua a ser uma trava, embora assim como previsto para 2021 no mercado russo, existem perspectivas de mudanças neste panorama na China a médio prazo. A Índia ainda apresenta um grande problema relativo aos seus canais de distribuição, com uma quantidade muito reduzida de corretores de seguros. Os corretores são a forma mais utilizada em diversos países por seguradoras que desejam ampliar sua cobertura geográfica, introduzir novos produtos e/ou serviços, melhorar sua eficiência operacional, reduzir custos, aumentar sua margem de contribuição ou mesmo ganhar espaço frente aos concorrentes, chegando melhor e mais rapidamente a seus segurados. Sustento que enquanto a Índia não investir no canal Corretor, continuará tendo um entrave ao desenvolvimento do seu mercado segurador, sendo que canais diretos como a venda pela internet (venda direta pelas seguradoras) não devem resolver isso.


2. Qual a vantagem do Brasil, especificamente, no mercado de seguros em relação aos outros países do Brics? Quais características fazem do Brasil, China, Rússia, Índia mercados atraentes para o setor de seguros mundial?

No caso do Brasil, temos um canal de distribuição já bastante consolidado na figura dos Corretores de Seguros, e já passamos pela fase de realizar a abertura da indústria de seguros (e de resseguro) e permitir a atuação de seguradoras estrangeiras, o que dinamizou nosso mercado. Com isso ocorreu o processo de modernização de nosso setor o qual está inserido hoje em um mercado globalizado. A grande internacionalização ocorrida no mercado de seguros brasileiro de 1994 a 2002 foi responsável por várias coisas, como a forte pressão a quebra do monopólio do IRB que veio a ocorrer posteriormente. Os mercados de seguros chinês, russo e indiano encontram-se ainda atrasados em relação a esta abertura quando comparados as mudanças e transformações que tivemos no Brasil nas últimas décadas (ainda que na Rússia as resseguradoras internacional já atuem e a China já conta com uma presença das seguradoras estrangeiras). 

Apesar disso, o Brasil é um mercado em evolução, com maturidade ainda menor por parte dos consumidores do que no velho mundo. A oferta de produtos mais abrangentes (um residencial All Risks, por exemplo) pode estimular o consumo destes contratos quando houver ampla divulgação de pagamentos rápidos e desburocratizados de indenizações..... as indenizações de seguro são o "produto" do mercado de seguros, pagamentos mais rápidos e desburocratizados tendem a tornar o produto seguro mais atraente aos consumidores.
    
  Os mercados de seguros do Brasil, China, Rússia e Índia mostram-se atraentes pelo seu pouco grau de desenvolvimento e baixo grau de penetração do mercado de seguros em relação ao potencial econômico, financeiro ou populacional, ou seja, são países que ainda possuem teoricamente uma capacidade de crescimento para a indústria de seguros bastante elevada quando comparados a países maduros e já desenvolvidos. Neste panorama, é natural que seguradoras estrangeiras que atuem em mercados já maduros e consolidados e que não apresentem grandes possibilidades de crescimento procurem investir e atuar nos países do BRICs, mas como citado anteriormente, as limitações a atuação de capital estrangeiro no mercado  de seguros de alguns destes países (China, Índia e Rússia) continuam a ser uma trava. 

3. As principais seguradoras e resseguradoras dos países do Brics assinaram um pacto de cooperação para formar um sistema de apoio de seguros e resseguros. Como ficará esse mercado a partir de agora?

Apesar da cúpula dos BRICS de 2014 ter colocado como uma das prioridades um pacto de cooperação nos mercados de seguro e resseguro (ainda no governo Dilma Roussef), a exceção do seguro de Crédito à Exportação, desconheço a assinatura deste pacto de cooperação ou que o assunto tenha tido algum avanço  após a mudança de governo (além da definição e do reconhecimento de que seria interessante iniciar alguma cooperação nessa área - em especial na parte de capacitação). A crise politica ocorrida no Brasil com o processo de Impeachment certamente não ajudou e leva a alguns atrasos (além desta cooperação o governo brasileiro tinha à época outros projetos, como a "Segurobras" e talvez interesses em comum com a Rússia relativos a obras para a Copa do Mundo de Futebol, ocorrida no Brasil em 2014 e na Rússia em 2018). Apesar de termos em comum a regulação do mercado de seguros ser da esfera federal, temos muitas diferenças entre estes países, seja na distribuição do produto seguro, seja no formato do órgão regulador (que na Rússia é exercida pelo Banco da Rússia, mesma entidade que fiscaliza os bancos). Ao meu ver o que prejudica essa questão de buscar uma cooperação seria o fato de praticamente não termos seguradoras brasileiras operando nestes países e vice-versa (não temos nenhuma seguradora sul-africana, chinesa, russa ou indiana operando em nosso mercado). O que temos são filiais de grupos multinacionais com matrizes sediada em outros países (Alemanha, Estados Unidos, Japão ...) que possuem escritórios e seguradoras em alguns dos países dos Brics...   

4. Gostaria de ressaltar algum ponto que não foi mencionado nas questões acima?
 Alguns analistas econômicos estão deixando de se referir aos BRICs como possíveis motores do crescimento mundial  e referindo-se  aos "Ticks" : Taiwan, Índia, China e Coreia do Sul, sugerindo que o desenvolvimento tecnológico de Taiwan e Coreia do Sul prometam um crescimento acelerado para os próximos anos, que economias mais focadas em commodities como Brasil e Rússia poderiam não atingir. Porem eu acredito que seja apenas uma questão de momento, levando-se em conta que o próprio crescimento da China também arrefeceu nos últimos anos. Assim que Rússia e Brasil acentuem o ritmo de recuperação econômica, claramente os analistas voltarão a dar destaque aos BRICs e talvez possamos ver estes países fazendo algo mais tangível a nível de parcerias e cooperação.


https://www.revistaapolice.com.br/2018/09/edicao-236/

páginas 36 a 38