sábado, 19 de agosto de 2023

Conheça as 3 eras do seguro automóvel no mercado segurador brasileiro:

MERCADO 1.0

         Até 1986, o mercado de seguro de automóveis brasileiro era “tarifado”, com suas condições contratuais e preços fixados pelo governo, através da SUSEP e do IRB. Conforme Julio Avellar, na época então vice-presidente de produto da Sul America Seguros: (...) era um “desastre”, uma “coisa sinistra” – menos de 1 milhão de segurados mal servidos, a profunda injustiça dos preços médios, os seguradores perdendo dinheiro e os corretores imaginando-se protegidos por uma comissão obrigatória e tarifária de 15%, mais algumas benesses dependendo da seguradora.””

            Durante o Governo José Sarney (15 de março de 1985 a 15 de março de 1990), no bojo do processo de liberação econômica geral do país, durante um período conturbado da economia, o então superintendente da SUSEP, João Regis Ricardo dos Santos (que incrivelmente  persistiu no cargo ao longo da passagem de cinco ministros da Fazenda, em um período de cinco anos, que foi até ao então governo Collor,  período este em que a Fenaseg teve três presidentes) , editou a Circular 027/1986, que, com um único artigo, revogou diversas normas que regiam o Seguro de Automóveis, liberando a tarifa de automóveis.  As seguradoras poderiam desenvolver novas coberturas, praticar preços próprios (tarifa própria) e definir livremente o nível de comissões a serem pagas aos corretores de seguros (que apresentou na média, elevação percentual com a respectiva liberação).  Até então o produto era absoluta e completamente engessado, definido pela SUSEP e IRB (na época ainda monopolista), conforme estipulado na Circular SUSEP 18/1983, como exemplo da forma como o produto era controlado, neste período que consideramos como a Era 1.0 do seguro auto, onde o produto era quase uma “comoditie”.  

           Logicamente algumas evoluções ocorreram no seguro automóvel antes de 1986, e os segurados podiam escolher livremente a sua seguradora - que pese ainda ser um mercado fortemente concentrado por conta de decisões governamentais ainda da década de 70, como o decreto 1.150/70, que incentivava a fusão e a incorporação de seguradoras aos grandes grupos financeiros e bancários, e a questão das cartas patentes, onde não se permitia a abertura de novas seguradoras, ou seja para entrar no mercado era preciso comprar uma seguradora já existente -  mas tínhamos até então um produto padronizado, como na famosa frase de Henry Ford que dizia: “Qualquer cliente pode ter o carro da cor que quiser, desde que seja preto”.

Nesta fase, pelo próprio formato do mercado e engessamento de preços e produtos, para os Corretores de Seguros não havia sentido operar com várias seguradoras, e os mesmos acabavam em sua grande maioria, atuando mais como agentes (representantes – chamados inspetores) das companhias seguradoras, do que como Corretores de Seguros independentes, como especifica a Lei 4.594 de Dezembro de 1964, que ainda hoje regula a profissão. Algumas seguradoras, reconhecendo tais “agentes” como elemento vital ao bom andamento dos seus negócios, passaram a organizá-los e espalhá-los por todo o território em inspetorias, modelo que persistiu no mercado até o final da década de 1990. Somente com o advento do Código Civil de 2002 (artigo 775), a figura do agente voltou a ter significado jurídico próprio, se distinguindo na prática com o Corretor de Seguros e passando a caracterizar uma venda direta por um profissional com vínculo com a seguradora.

 

 MERCADO 2.0

Mesmo com a liberação da tarifa do seguro automóvel realizado pela Circular 027/86 (anexo 2), alguns anos se passaram até que o mercado começasse a sair do padrão.

Com o advento do Código de Defesa do Consumidor (lei 8.078 em 11/09/1990) passa a existir um foco maior no consumidor e as seguradoras são obrigadas a adequar seus produtos e Condições Gerais ao novo código, e a novas regulamentações do CNSP e a SUSEP.

 Encontra-se no Anexo 3, a Circular SUSEP 256/2004 (revogada pela circular 621/2021 constante no anexo 4) que representava o principal marco de regulação deste período. A comparação entre o anexo 1 (circular SUSEP 18/1983) e o anexo 3 (circular 256/2004) demonstra a medida da evolução do processo regulatório entre o que chamamos de MERCADO 1.0 e o MERCADO 2.0 do seguro automóvel no Brasil.

Somando-se a circular 256, as circulares 251 e 269 de 2004 (revogadas pelas circulares 639 e 642 de 2021) representaram os principais pilares regulatórios deste período, onde a SUSEP focou em respaldar a proteção ao consumidor.

Na concorrência e atuação das seguradoras, com a desregulamentação das tarifas, a abertura econômica e a estabilidade monetária, propiciada pelo plano real à partir de 1994, temos um retorno da internacionalização do mercado segurador (que já havia sido muito forte antes da era Vargas), seja através de participação direta ou da crescente participação do capital estrangeiro na constituição das seguradoras que operam no país. O maior volume de capital estrangeiro, a crescente informatização e o advento da internet, modificam a estrutura e o cenário do mercado em seus aspectos operacionais.

Apesar do mercado brasileiro ainda ser dominado neste período por corretoras de médio e pequeno porte (estas com capacidade reduzida de realização de investimentos em sistemas de informação – situação que continua até os dias de hoje), a tecnologia começa a impactar a maneira como seguradoras e corretores de seguros se relacionam, por meio de cálculos e transmissões eletrônicas de propostas, protocolos eletrônicos, agendamento de vistorias através de extranet/internet, emissão de apólices com certificação digital sem o envio de apólice física para os corretores e regulação de sinistros com sistemas integrados entre vistoriadoras, oficinas e seguradoras.

Os corretores passam a adotar lentamente a T.I durante a década de 1990.  Neste período, diversos sistemas administrativos e de gestão para corretoras de seguros começam a ser desenvolvidos. Com os computadores ajudando a organizar a rotina de trabalho, aos poucos vão se aposentando as máquinas de calcular e de datilografar e os aparelhos de fax, e vai se otimizando o espaço físico, uma vez que muitos dos documentos passam a estar em formato apenas digital.

A adoção da T.I e desses sistemas propicia às corretoras de seguros ganhos de produtividade, uma vez que as informações podem ser buscadas com facilidade. Mesmo que, num primeiro momento, a corretora gaste dinheiro com a compra e implantação do sistema e tempo dos funcionários com seu treinamento, este custo passa a ser compensado em breve. Quando as pessoas passam a ter procedimentos a seguir, ganham tempo, e os principais sistemas gerenciadores de corretoras de seguros geralmente já trazem encapsulados as melhores práticas e procedimentos de mercado através da melhoria contínua de anos de utilização e aprimoramento de processos por diversas corretoras de seguros. Os corretores que passam a utilizar a ferramenta, automaticamente, passam a contar com esse know how que outras corretoras levaram anos para adquirir e foi sintetizado dentro do software de gestão.

Ainda na década de 1990, as seguradoras passaram a fornecer aos seus corretores sistemas/programas de cálculo para a realização do cálculo do prêmio do seguro, que até então era executado de maneira manual pelos corretores. Ao longo do tempo, a adoção dessa ferramenta permitiu que as seguradoras melhorassem sua política de subscrição de riscos, incluindo mais variáveis para a formação de preços e estabelecendo e consolidando o uso do questionário de avaliação de risco (perfil).

Com o passar dos anos, esses sistemas, que eram fornecidos inicialmente em disquetes e rodavam localmente nos computadores dos corretores, migraram para a Internet e passaram a ser integrados à intranet da seguradora, que também passou a fornecer dados sobre comissões recebidas, aviso sobre as renovações a serem feitas, bem como sobre a gestão de cobranças e pagamento de
parcelas dos seus segurados.

Neste período, graças a informatização e as ferramentas de T.I, a quantidade de variáveis necessárias para o cálculo de um seguro de automóvel cresce significativamente, tornando inviável a realização do mesmo cálculo de forma manual (como era executada) pelo corretor de seguros e até mesmo dificultando as incipientes tentativas de comercialização pela internet, pela enorme quantidade de variáveis e informações necessárias que eram solicitadas para a realização do orçamento.

  Se desenvolvem neste período os sistemas de multi-cálculo, projeto que visa unificar as diversas plataformas de cálculo em uma só, de maneira a aumentar a produtividade na corretora e evitar retrabalho de digitação. Seu principal desafio passa a ser o processo de atualização constante e permanente, o qual é bastante trabalhoso.

 A adoção dos “robôs de cálculo” por estes sistemas, que são ferramentas que apenas replicam as informações digitadas pelo corretor em um único formulário, nos diversos sistemas das seguradoras, populariza e torna acessível este tipo de ferramenta para a grande maioria das corretoras de seguros e pôr fim a integração do mesmo aos sistemas gerenciadores das corretoras de seguros, passam a otimizar os processos de cálculos de renovações da carteira.

O CNSP através da Resolução 294 de 2013, tenta criar uma regulamentação para a venda de seguros por meios remotos em grande parte pensada na venda direta e pela Internet, sem levar em conta a atuação dos corretores de seguros neste canal de vendas, porém neste período praticamente a totalidade das vendas remotas de seguros realizadas no país se dá por meio de telefones/ call centers, e as tentativas de venda on-line que surgem após o período são em sua grande maioria realizadas por corretoras de seguros ou empresas constituídas como tal (Minuto Seguros, Economize no Seguro, Bidu, Smartia, Sossego, Segurar.com , Genial) , o que cria diversos entraves a sua aplicação prática. Apesar disso, a medida só foi revogada pela resolução CNSP 408 de 2021 a qual passa a mencionar o “intermediário” (que pode ser o corretor de seguros) em sua redação.

O estrago ocorrido em outros mercados causado pelos agregadores de preços (comparadores de preços on-line entre diversos players do mercado, como ocorrido na Inglaterra, onde as empresas entraram em uma guerra de preços resultando em muitos prejuízos, gastou-se muito com marketing e ferramentas de divulgação on-line e ocorreram muitas fraudes, faz com que a grande maioria das seguradoras em operação no mercado brasileiro, adotassem no período, ainda bastante cautela em relação as vendas on-line.

 

MERCADO 3.0

            Após diversas tentativas de vendas on-line de seguros de automóveis, através de startups e Insurtechs (ou de tentativas de venda direta por parte das seguradoras) fracassarem ao longo da década de 2010 no mercado brasileiro (sendo o seguro o produto com o maior índice de rejeição para compra online neste período, conforme pesquisa do SPC – Serviço de Proteção ao Crédito), a SUSEP resolve criar um ambiente regulatório experimental com condições para facilitar a implantação destes projetos, denominado Sandbox Regulatório. As sociedades participantes do Sandbox podem testar sob a supervisão da Susep, novos produtos ou serviços, que devem operar sempre e obrigatoriamente através da utilização de meios remotos. Porém mostrando uma maior diversificação do que as tentativas da década passada, grande parte destas iniciativas estão focadas em produtos de tíquete médio mais baixo, e não somente no seguro automóvel, como produtos de seguro para celulares, bicicletas, seguro-viagem, cobertura para pets e seguro fiança locatícia. 

A Superintendência de Seguros Privados (SUSEP), na gestão da superintendente Solange Paiva Vieira (fevereiro de 2019 a outubro de 2021)  e seguindo orientações do Ministério da Economia, inicia uma série de medidas tentando a desintermediação do mercado, em nome da livre concorrência", da "desburocratização" e da redução de custos de transação, como a inclusão na Medida Provisória 905 de 2019 (programa Verde Amarelo de estimulo ao emprego) da revogação da Lei 4.594 de 1964 (que regula a profissão de corretor de seguros). Após forte pressão e discussões na câmara federal e atuação de líderes como o deputado Lucas Vergílio, a MP acabou perdendo efeito (caducou) e acabou não passando pela votação do Senado Federal. Porém a SUSEP através de atos normativos ou circulares continuou durante esta gestão a buscar medidas neste sentido, tais como:

1)     Em setembro de 2019 caiu a obrigatoriedade da comissão da corretagem na venda direta de seguros por meio de bilhete.  Até então se o contrato de seguro fosse fechado sem um corretor de seguros, a comissão de corretagem (que até então era obrigatória), era entregue em todos os casos sem corretor, ao Fundo Nacional de Desenvolvimento Educacional do Seguro (destinado à criação e manutenção de escolas e cursos de formação e aperfeiçoamento profissional de corretores de seguros e prepostos e a bibliotecas especializadas), administrado pela Escola Nacional de Seguros (ENS). O que se prevê com tal medida é que grande parte dos contratos de seguros vendidos pela internet ou no âmbito do Sandbox regulatório sejam emitidos na forma de bilhete.

2)     À partir da resolução do CNSP número 382 de março de 2020, art. 4º os intermediários ficaram obrigados a disponibilizar formalmente ao cliente informações sobre o montante de sua remuneração pela intermediação do contrato, acompanhado dos respectivos valores de prêmio comercial do contrato a ser celebrado.

3)     Como parte do Open Finance, termo adotado pelo BACEN como ampliação do Open Banking, a SUSEP resolve implementar o Open Insurance, ainda com fortes restrições e críticas por parte das seguradoras, que entendem que o mesmo só deveria ser implantado após a conclusão do Sistema de Registro de Operações (SRO) – que visa permitir que todas as operações de seguros sejam registradas na SUSEP. As principais seguradoras investem aproximadamente R$ 100 milhões em tecnologia para cumprir as exigências do órgão regulador, porem a implantação ocorre de forma apressada (o que pode gerar problemas futuros relativos a controle e segurança) e baseada apenas no open banking, sem seguir as particularidades do setor de seguros ou de experiências internacionais, uma vez que, por exemplo a Europa só pensa em estabelecer as regras do Open Insurance em 2023. Porém as prometidas melhorias pela SUSEP a serem obtidas com o sistema só serão possíveis com um grande uso e adesão do sistema pelos consumidores, o que de uma maneira geral não ocorreu ainda nem mesmo com o Open Bank.

 

De olho nestas mudanças e motivadas por outras mudanças de legislação (surgimento da LGPD), algumas seguradoras buscam em suas rotinas processos de simplificação do questionário de avaliação de risco (perfil), retirando de seus questionários itens como a informação sobre guarda do veículo (seja na residência ou no local de trabalho), quanto a km. mensal percorrida com o veículo, ou até mesmo sobre o estado civil dos condutores, e quanto existência de pessoas ente 18 e 25 anos que possam vir a utilizar o veículo esporadicamente.  Também se acelera com a pandemia do coronavírus, o uso por parte das seguradoras de aplicativos e rotinas de self-vistoria (autovistoria), onde o próprio segurado realiza a vistoria prévia do veículo, ou até mesmo através da consulta eletrônica ao histórico do veículo, a respectiva dispensa da realização de vistoria em alguns casos.

Autor: Miro Cequinel (2022), Ensaios e rascunhos para o Livreto do Curso SEGURO AUTO, Técnicas, Conceitos e Comercialização no Mercado 3.0 da ENS.


quarta-feira, 3 de novembro de 2021

Curso para Habilitação de Corretores de Seguros (CHCS) de 2022 da Escola de Negócios e Seguros

As inscrições do Curso para Habilitação de Corretores de Seguros (CHCS) de 2022 da Escola de Negócios e Seguros estão abertas! As aulas têm início previsto para março. Estude com quem tem história, tradição e reconhecimento do mercado. Professores extremamente qualificados, em sua maioria corretores de seguros de bastante êxito que interagem com nossos alunos falando de experiências práticas e reais do mercado. Venha para a ENS!
Saiba mais na página da ENS

sexta-feira, 1 de outubro de 2021

Seguro para Sistemas Fotovoltaicos

Pessoal, não deixem de conferir o Speed Training (programa da Escola de Negócios e Seguros para quem deseja adquirir doses de conhecimento sobre um determinado tópico), com duração de apenas duas horas e um excelente custo-benefício. O treinamento sobre seguro para Sistemas Fotovoltaicos será no dia 28/10 (5º feira , das 17h às 19h), com o super especialista Mauro Iplinski Filho. Mais informações em https://www.ens.edu.br/cursos/speed-training-seguro-para-sistemas-fotovoltaicos-como-funciona-e-coberturas?inscricao=2950&ead=True&fbclid=IwAR0p0S5USS0VmW7hr5TGEMPpIBmzcj_i7rT2w7LNIx6MspdIpFQb3PG8H2c

terça-feira, 18 de maio de 2021

Inteligência artificial não é inteligente nem artificial

Recomendo a leitura do excelente artigo da profa. pós-doutora Dora Kaufman para a revista época: Inteligência artificial não é inteligente nem artificial. A professora estará ministrando em breve curso na Escola de Negócios e Seguros sobre Transformação Digital para Gestores:

https://j.pucsp.br/noticia/puc-sp-na-midia-inteligencia-artificial-nao-e-inteligente-nem-artificial?fbclid=IwAR0gLXxwq21j1fL4ZCDjiIouz5XxdkI-PpblW3ixTd1M5dVRAaZYRjPhsN0 

https://epocanegocios.globo.com/colunas/IAgora/noticia/2020/06/inteligencia-artificial-nao-e-inteligente-e-pura-estatistica.html 


quinta-feira, 27 de fevereiro de 2020

Artigos e publicações

Abaixo disponibilizo link para algumas das minhas publicações com conteúdos importantes sobre o impacto da tecnologia no mercado de seguros:












Livros:
A Intermediação do Seguro no Brasil e os novos canais de venda - https://www.ens.edu.br/livraria/detalhes/a-intermediacao-do-seguro-no-brasil-e-os-novos-canais-de-venda

Cooperativas e Associações Civis de Proteção Veicular - https://www.ens.edu.br/livraria/detalhes/pesquisa-numero-7

Artigos:
Substituição de Pessoas por Máquinas e o Uso de Inteligência Artificial no Mercado Segurador http://revista.unicuritiba.edu.br/index.php/admrevista/article/view/4324

Veículos autônomos e suas implicações para o mercado de seguros - artigo utilizado na bibliografia do curso de Ciências Atuariais da UFRN  

 

Comercialização de seguros por meios remotos e a legislação 

 O que Boeings caindo, carros pegando fogo, veículos autônomos e o futuro dos seguros de automóvel possuem em comum? - https://www.linkedin.com/…/o-que-boeings-caindo-carros-peg…/



Entrevistas, revistas e matérias:

Coluna Broadcast, Jornal Estadão
https://economia.estadao.com.br/blogs/coluna-do-broad/canais-digitais-para-venda-de-seguros-nao-decolam-no-brasil/

https://www.facebook.com/photo.php?fbid=2346255145400775&set=a.299690896723887&type=3&theater

Revista Apólice -  Edição 236 Seguros pelo Mundo - BRICS - Setembro 2018 - páginas 36 a 39
https://www.revistaapolice.com.br/2018/09/edicao-236/

Revista Aconseg RJ Número 30 ano 5 - página 3
https://5f747019-ce86-4d0e-9965-b3b658f70b0a.filesusr.com/ugd/3693e9_52b9186c51654637ae550ed54fe1afb4.pdf

Revista Aconseg SP  Número 36  Dezembro 2016 - página 11
http://www.aconsegsp.com.br/site/wp-content/uploads/2017/01/Revista-Aconseg-SP36.pdf

Revista Segurador número 118 - Ano 13 - página 28 a 30   2015
Proteção virtual ganha força: Corretoras online conquistam espaço no mercado
https://www.facebook.com/photo.php?fbid=2344651082227848&set=a.299690896723887&type=3&theater

Revista Segurador Brasil   Edição  - página 19
Corretor tem o desafio de "forjar laços humanos pela internet" file:///C:/Users/miroc_000/Google%20Drive/Funenseg/Artigo%20corretagem%20MBA%20Univeb%202013/Revista%20Segurador%20Brasil%20pagina0019.pdf

Revista Cobertura
http://www.revistacobertura.com.br/2018/04/17/estudo-revela-preferencia-do-segurado-pelo-corretor/

Revista Apólice
https://www.revistaapolice.com.br/2018/04/canais-digitais-para-venda-de-seguros-nao-decolam-no-brasil/

Jornal o Dia Alagoas, edição 27/10 a 03/11  2018 - página 5
https://www.facebook.com/photo.php?fbid=2784954891530796&set=a.299690896723887&type=3&theater

Jornal o Dia RJ   2018
https://www.pressreader.com/brazil/o-dia/20180411/282286730844436

https://www.facebook.com/photo.php?fbid=2347786478580975&set=a.299690896723887&type=3&theater

O Corretor em Minas - nr 219 Maio 2015
http://sincormg.com.br/Jornal/jornaljun2015.pdf

Jornal Acoplan - Ano XI nr 52  2015   página 10 - Finanças
http://www.acoplan.org.br/site_antigo/download/jornal52.pdf

Fundación MAPFRE
https://www.fundacionmapfre.org/documentacion/publico/pt/consulta/resultados_navegacion.do?busq_autoridadesbib=MAPA20130014159

quinta-feira, 6 de fevereiro de 2020

Nosso mercado de seguros é concentrado e obsoleto ??


A atual superintendente da Susep reclama da concentração do mercado - mas não faz autocritica que uma maior concentração ocorreu justamente em função da atuação de gestões anteriores da autarquia, onde grupos seguradores locais (Finasa, Maritima, Novo Hamburgo, Porto Seguro ..
. ) tiveram que se associar ou foram vendidos a grupos financeiros (bancos) ou a grandes grupos internacionais, para conseguir atender as exigências de "compliance" do mesmo órgão regulador que hoje ela comanda. 

A imagem pode conter: textoCom essa visão errônea da atual gestão, no lugar de resolver o "problema" da concentração do mercado e aumentar a concorrência , vai acabar realizando medidas que podem causar justamente a situação inversa, ou seja concentrar o mercado de intermediação: o que hoje é feito por 100 mil profissionais, corre o risco de ficar nas mãos de 3 ou 4 players de tecnologia e das corretoras que sobrevivam a este processo. Por obvio estas medidas que o órgão regulador quer adotar não resolvem o problema da concentração e da concorrência, e sim podem até agravar o mesmo.

Compartilho aqui texto do membro do conselho de administração e CEO do grupo Porto Seguro entre 2006 a 2018 Fabio Luchetti , em resposta a matéria do jornal Valor sobre a entrevista da Superintendente da Susep.  Tal texto corrobora com estudos que já realizamos no CPES (Centro de Pesquisa e Economia do Seguro da Escola de Negócios e Seguros).






quinta-feira, 14 de novembro de 2019

O que Boeings caindo, carros pegando fogo, veículos autônomos e o futuro dos seguros de automóvel possuem em comum?

Foto Notícias com Maritonio Dantas / Reprodução  site autopapo.com.br


Uma reflexão sobre o instituto do seguro: O que Boeings caindo, carros pegando fogo, veículos autônomos e o futuro dos seguros de automóvel possuem em comum? Confirma em meu último artigo disponível no linkedin: 

https://www.linkedin.com/pulse/o-que-boeings-caindo-carros-pegando-fogo-ve%25C3%25ADculos-e-cequinel-belli/?fbclid=IwAR2xeatIDgUd1LB3OzTgmvmsXnhU6tEUgXkCQcm_GmIZgI0Iu_Y59rxAYec


sábado, 23 de março de 2019

Substituição de Pessoas por Máquinas e o uso de Inteligência Artificial pelo Mercado Segurador

Nosso artigo sobre a Substituição de Pessoas por Máquinas e o uso de Inteligência Artificial pelo Mercado Segurador , escrito com o colega Lucas Medeiros e com o Prof. Dr. Tarcis Prado , publicado na edição atual da Revista Brasileira de Risco e Seguro ( RBRS / Escola Nacional de Seguros) http://www.rbrs.com.br/encontra-se disponível no link abaixo:

http://www.rbrs.com.br/arquivos/rbrs_24_3.pdf 





Maury Antonio Cequinel

Prezados amigos, infelizmente meu avô Maury Antônio Cequinel partiu no último dia 13. Nosso herói descansou, mas ficaram os bons exemplos de retidão de princípios, lealdade, caráter, ética, honestidade, seriedade e profissionalismo, que são parte do legado que nosso professor, amigo, pai e avô deixou a Cequinel Seguros.

Maury Antônio Cequinel, deu início a sua experiência com seguros em 1943, no primeiro grupo segurador do Paraná, a Atalaia, Paraná e Ouro Verde, onde gerenciou os departamentos de seguros de transportes e por fim o departamento de sinistros.
Na década de 70, Maury se desligou do grupo quando o mesmo foi adquirido pelo Banco Bamerindus (hoje HDI Seguros), e foi responsável por inspetorias de produção das maiores seguradoras do país, como: Pátria, Nacional Brasileira, União Continental, São Paulo, Vera Cruz (incorporadas e adquiridas pelos atuais grupos Bradesco, Porto Seguro e Mapfre). Neste mesmo período, junto com os colegas Emilio Belotti (um dos donos da Pátria) e Wladislau Vons (corretor de seguros e seu fiel companheiro nas pescarias), fundou em Santa Catarina a empresa Tecnoglass especializada em artefatos de fibra de vidro.
Em 1979 entrou para a Novo Hamburgo Cia. de Seguros, onde permaneceu até a aquisição da mesma pelo Grupo Bradesco em 1999.
Em 2000, auxiliou seu filho (Luiz A. Cequinel) e seu neto (Miro Cequinel) a fundarem a Cequinel Seguros Corretora e Administradora, onde atuou até 2003, ano em que completou 60 anos ininterruptos de atividades no meio securitário, passando então a dedicar mais tempo ao seu sítio em Piraquara.







domingo, 10 de março de 2019

Entrevista para Revista Apólice - Seguros pelo mundo - BRICS

 Entrevista concedida pelo Prof. Miro Cequinel, para a edição 236 da Revista Apólice,  que circulou no Congresso de Corretores de Seguros do Estado de São Paulo - Conec,sobre o mercado de seguros dos países emergentes.

1. Um estudo publicado pela Munich Re, em 2013, apontava que os países dos Brics, sob a liderança da China, seguida do Brasil, apareceriam mais vistosos no ranking do mercado mundial de seguros em 2020. Cinco anos depois, como se encontra o mercado de seguros nesses locais? Você apostaria neste prognóstico?

Infelizmente por causa da situação econômica do Brasil e da Rússia esse prognóstico sofreu um duro golpe. Este estudo da Munich RE foi anterior a recessão econômica ocorrida nos mercados brasileiro e russo e que impactaram diretamente o mercado de seguros destes dois países. No caso do Brasil, levantamentos de maio deste ano (2018) realizados pela FGV mostram que a atividade econômica ainda está 5,5% abaixo dos valores observados no último trimestre de 2014, e que no ritmo atual, em 2020 conseguiremos apenas voltar aos números econômicos de 2014, o que certamente prejudica muito nosso mercado de seguros. No caso da Rússia, após a recessão ocasionada pela baixa do petróleo e pelas sanções aplicadas pelos países ocidentais após a anexação da Crimeia (realizada em 2014), ocorreu a diminuição da demanda de compradores de seguros comerciais, como resultado de cortes nos orçamentos disponíveis para tal.  O consumo per capita (média por pessoa) de seguros na Rússia é inferior ao brasileiro, sendo que o mercado segurador russo tem uma dependência muito maior dos compradores de seguros comerciais em comparação ao nosso mercado. A Rússia promete uma maior abertura de sua indústria de seguros à partir de 2021, o que pode trazer maior competitividade para o seu mercado. Eu apostaria em melhoras no ranking mundial de seguros à partir desta data

No caso dos mercados chinês e indiano, os mesmos continuam ainda muito dependentes do ramo Vida (de tickets baixos mas em grande número) e a forte regulação do estado e a limitação à atuação do capital estrangeiro (com o respectivo impedimento que isto gera a entrada de seguradoras multinacionais de peso)  continua a ser uma trava, embora assim como previsto para 2021 no mercado russo, existem perspectivas de mudanças neste panorama na China a médio prazo. A Índia ainda apresenta um grande problema relativo aos seus canais de distribuição, com uma quantidade muito reduzida de corretores de seguros. Os corretores são a forma mais utilizada em diversos países por seguradoras que desejam ampliar sua cobertura geográfica, introduzir novos produtos e/ou serviços, melhorar sua eficiência operacional, reduzir custos, aumentar sua margem de contribuição ou mesmo ganhar espaço frente aos concorrentes, chegando melhor e mais rapidamente a seus segurados. Sustento que enquanto a Índia não investir no canal Corretor, continuará tendo um entrave ao desenvolvimento do seu mercado segurador, sendo que canais diretos como a venda pela internet (venda direta pelas seguradoras) não devem resolver isso.


2. Qual a vantagem do Brasil, especificamente, no mercado de seguros em relação aos outros países do Brics? Quais características fazem do Brasil, China, Rússia, Índia mercados atraentes para o setor de seguros mundial?

No caso do Brasil, temos um canal de distribuição já bastante consolidado na figura dos Corretores de Seguros, e já passamos pela fase de realizar a abertura da indústria de seguros (e de resseguro) e permitir a atuação de seguradoras estrangeiras, o que dinamizou nosso mercado. Com isso ocorreu o processo de modernização de nosso setor o qual está inserido hoje em um mercado globalizado. A grande internacionalização ocorrida no mercado de seguros brasileiro de 1994 a 2002 foi responsável por várias coisas, como a forte pressão a quebra do monopólio do IRB que veio a ocorrer posteriormente. Os mercados de seguros chinês, russo e indiano encontram-se ainda atrasados em relação a esta abertura quando comparados as mudanças e transformações que tivemos no Brasil nas últimas décadas (ainda que na Rússia as resseguradoras internacional já atuem e a China já conta com uma presença das seguradoras estrangeiras). 

Apesar disso, o Brasil é um mercado em evolução, com maturidade ainda menor por parte dos consumidores do que no velho mundo. A oferta de produtos mais abrangentes (um residencial All Risks, por exemplo) pode estimular o consumo destes contratos quando houver ampla divulgação de pagamentos rápidos e desburocratizados de indenizações..... as indenizações de seguro são o "produto" do mercado de seguros, pagamentos mais rápidos e desburocratizados tendem a tornar o produto seguro mais atraente aos consumidores.
    
  Os mercados de seguros do Brasil, China, Rússia e Índia mostram-se atraentes pelo seu pouco grau de desenvolvimento e baixo grau de penetração do mercado de seguros em relação ao potencial econômico, financeiro ou populacional, ou seja, são países que ainda possuem teoricamente uma capacidade de crescimento para a indústria de seguros bastante elevada quando comparados a países maduros e já desenvolvidos. Neste panorama, é natural que seguradoras estrangeiras que atuem em mercados já maduros e consolidados e que não apresentem grandes possibilidades de crescimento procurem investir e atuar nos países do BRICs, mas como citado anteriormente, as limitações a atuação de capital estrangeiro no mercado  de seguros de alguns destes países (China, Índia e Rússia) continuam a ser uma trava. 

3. As principais seguradoras e resseguradoras dos países do Brics assinaram um pacto de cooperação para formar um sistema de apoio de seguros e resseguros. Como ficará esse mercado a partir de agora?

Apesar da cúpula dos BRICS de 2014 ter colocado como uma das prioridades um pacto de cooperação nos mercados de seguro e resseguro (ainda no governo Dilma Roussef), a exceção do seguro de Crédito à Exportação, desconheço a assinatura deste pacto de cooperação ou que o assunto tenha tido algum avanço  após a mudança de governo (além da definição e do reconhecimento de que seria interessante iniciar alguma cooperação nessa área - em especial na parte de capacitação). A crise politica ocorrida no Brasil com o processo de Impeachment certamente não ajudou e leva a alguns atrasos (além desta cooperação o governo brasileiro tinha à época outros projetos, como a "Segurobras" e talvez interesses em comum com a Rússia relativos a obras para a Copa do Mundo de Futebol, ocorrida no Brasil em 2014 e na Rússia em 2018). Apesar de termos em comum a regulação do mercado de seguros ser da esfera federal, temos muitas diferenças entre estes países, seja na distribuição do produto seguro, seja no formato do órgão regulador (que na Rússia é exercida pelo Banco da Rússia, mesma entidade que fiscaliza os bancos). Ao meu ver o que prejudica essa questão de buscar uma cooperação seria o fato de praticamente não termos seguradoras brasileiras operando nestes países e vice-versa (não temos nenhuma seguradora sul-africana, chinesa, russa ou indiana operando em nosso mercado). O que temos são filiais de grupos multinacionais com matrizes sediada em outros países (Alemanha, Estados Unidos, Japão ...) que possuem escritórios e seguradoras em alguns dos países dos Brics...   

4. Gostaria de ressaltar algum ponto que não foi mencionado nas questões acima?
 Alguns analistas econômicos estão deixando de se referir aos BRICs como possíveis motores do crescimento mundial  e referindo-se  aos "Ticks" : Taiwan, Índia, China e Coreia do Sul, sugerindo que o desenvolvimento tecnológico de Taiwan e Coreia do Sul prometam um crescimento acelerado para os próximos anos, que economias mais focadas em commodities como Brasil e Rússia poderiam não atingir. Porem eu acredito que seja apenas uma questão de momento, levando-se em conta que o próprio crescimento da China também arrefeceu nos últimos anos. Assim que Rússia e Brasil acentuem o ritmo de recuperação econômica, claramente os analistas voltarão a dar destaque aos BRICs e talvez possamos ver estes países fazendo algo mais tangível a nível de parcerias e cooperação.


https://www.revistaapolice.com.br/2018/09/edicao-236/

páginas 36 a 38